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Diário do Pará

Torcedores azulinos agridem Lopes, ex-goleiro

Mais um capítulo trágico do drama da eliminação do Clube do Remo no Campeonato Paraense foi escrito ontem (9). Dessa vez, a vítima não foi a torcida, mas o goleiro Lopes, que terminou a tarde na Seccional de São Braz, depois de ter sido agredido por um grupo de torcedores na sede social do Leão, na avenida Nazaré. Lopes registrou um Boletim de Ocorrência sobre o caso, acompanhado dos jogadores Rodrigo Dantas e Adriano Pardal, e pouco quis conversar com a imprensa. Questionado sobre o motivo das agressões, que resultaram em algumas escoriações no rosto, foi lacônico. “Não sei”, disse.

Mesmo assim, o arqueiro explicou rapidamente como tudo aconteceu e disse acreditar que os autores são membros de torcida organizada. “Provavelmente. Foram alguns indivíduos. Chegaram seis a sete, enquanto eu estava aguardando na sede para fazer o acerto (da rescisão contratual), quando eles vieram, me agrediram na boca, nuca e foram embora”, relatou.

O goleiro afirma que temeu pela própria vida e disse conhecer os agressores. “Teve até um deles que estava armado e ameaçou eu e alguns jogadores de morte. Foram uns quatro que me agrediram. Se eu tivesse reagido, teria sido pior”, pontua. Ainda assim, Lopes diz acreditar que foi um caso isolado. “Não tenho nada contra a torcida, mas são seis, sete indivíduos que mancham a imagem e acabam jogando as coisas por água abaixo”, observa.

Apesar da violência, o atleta, junto com Moisés e Luís André, conseguiu entrar em acordo com o departamento jurídico do Remo, sobre suas rescisões contratuais. Quem também já resolveu sua situação foi a comissão técnica. Givanildo Oliveira, Claudinho e Wellington Vero já deixaram Belém. Giva abriu mão do que ainda tinha para receber, mas pediu que seus auxiliares fossem pagos, com três mil reais para cada um, o que foi atendido pela diretoria.
Foi uma reapresentação melancólica

A reapresentação dos jogadores que ainda estão no Clube do Remo aconteceu ontem, sob o comando do preparador físico Benedito Gamboa. Somente três atletas optaram por se exercitar. De acordo com Gamboa, os exercícios no Baenão retornam na próxima segunda-feira, às 15h30, e são opcionais para quem não quer ficar parado. “Hoje eu trabalhei com o Raul, o Wellington Silva e o Finazzi”, falou Benedito Gamboa.

A surpresa mesmo ficou por conta da presença de Finazzi, que demonstrando profissionalismo explicou que pretende treinar até o fim de seu contrato (30 de junho). O atacante rebateu ainda a crítica do vice-presidente Paulo Mota, que, em entrevista à Rádio Clube, afirmou que salvaria apenas San, Mael e Diego Barros sobre a participação no jogo da eliminação.

“Ele não é jogador, mas ele poderia colocar o Neymar nessa partida, o melhor jogador dos últimos tempos, e ver se ele conseguiria fazer alguma coisa. É a visão dele, mas infelizmente se eu não fiz mais é porque não tive condições. Agora, se o Paulo fosse um dirigente que tivesse um punho forte, poderia forçar o treinador a me colocar para jogar”, alfinetou, batendo na mesma tecla de que não rendeu por ter tido pouco tempo em campo.
TAPETÃO CONTINUA
A diretoria do Remo não se deu por vencida e ontem deu entrada com um recurso no pleno do Tribunal de Justiça Desportiva contra a decisão do auditor presidente da entidade, Antonio de Barra Brito, que indeferiu o pedido do clube que pleiteava a paralisação do Campeonato Paraense e a anulação da partida em que acabou eliminado pelo Independente. Tudo com base no caso Edilson Belém, o jogador do Galo Elétrico que possui dois registros de identificação na Polícia Civil.
 
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