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Diário do Pará

Galo vira Fênix e leva título nos últimos minutos

Depois de 90 minutos de muita pressão cametaense, o Independente Tucuruí conseguiu o empate salvador e, no apagar das luzes, sagrou-se campeão do segundo turno do Parazão 2011, para alegria da torcida local, que comemorou bastante o sofrido título. Agora, a equipe interiorana irá enfrentar o Paysandu para definir se, enfim, um time de fora da região metropolitana de Belém será campeão do certame papa-chibé.
Além do título, da classificação para a finalíssima (Taça Açaí), dos R$98 mil de premiação do governo do Estado, o Galo Elétrico ainda abocanhou, de quebra, a vaga na Série D e na Copa do Brasil 2012. É mole ou quer mais? Isto quer dizer que o time de Dida, Guará, Gian e cia. terá o calendário de jogos oficiais garantido por, pelo menos, uma temporada.
E pensar que até os 43 do segundo tempo tudo isso era do Cametá... O Independente começou a partida com o regulamento debaixo do braço. A estratégia acabou não surtindo o efeito desejado e a agremiação da “Terra dos Romualdos”, o Mapará, bombardeou a meta do Galo durante boa parte do jogo. Tanto empenho resultou em gol aos 20 da etapa final. Leandro Cearense conseguiu estufar a meta do goleiro Dida. Faltava mais um gol para o Cametá, já que havia perdido o primeiro jogo da decisão no Parque do Bacurau por 
2 a 1.
O objetivo foi alcançado aos 34 minutos, com uma testada certeira do volante Adenísio. A partir daí, os jogadores do Mapará estavam nervosos, pois sabiam que aqueles minutos finais poderiam definir muitas coisas em suas vidas. No banco de suplentes, havia atletas ajoelhados esperando o fim da partida, que tardava a vir. Foi aí que o Galo, aparentemente depenado dentro de seu terreiro, renasceu da cinzas, feito uma fênix e, depois de uma falta cobrada por Lima, a bola acabou caindo açucarada, com ‘amor e afeto’, como se diz, nos pés do oportunista Wegno. O atacante fez o seu e acabou expulso por sua comemoração exagerada.
A partir daí, a ofensividade, a tática, tudo foi por água abaixo no time de Fran Costa, que viu a eliminação concretizada, quando Joãozinho, livre, chutou no canto de André Luiz para fechar o placar.
Galera de Tucuruí: solte o grito preso de campeão
“Esse título coroa o bom trabalho que fizemos durante todo o campeonato, especialmente no segundo turno. A torcida e o grupo mereciam isso”. O treinador Sinomar Naves, do Galo Elétrico de Tucuruí, disse a frase pouco depois de acenar para a torcida e cumprimentar cada um de seus heróis dentro de campo, num feito inédito para o clube. “Em 2009, quando acolhemos o Independente, ele tava na ‘prateleira’ da FPF, ninguém queria. Começamos de baixo, na segundinha, e hoje podemos ser o primeiro time de fora de Belém a ser Campeão Paraense”, afirmou o presidente do clube, Deley Santos, acrescentando que a receita para o sucesso de um time é pagar os salários e as bonificações em dia.
Neste curto período que separam a data da atual filiação – o clube foi fundado em Belém, na década de 70 – o Independente conquistou muito mais que uma classificação ou um troféu: a torcida local adotou o time, e foi o 12° jogador neste Parazão 2011.
Na decisão de ontem, enquanto o time ficava na defensiva, muitos torcedores ficaram desesperados, choravam, se revoltavam, e até esboçavam (tímidos) gritos de burro para o técnico Sinomar Naves.
O bom público de mais de oito mil pessoas – maior do que muitos jogos da Série A do Brasileirão – sofreu junto com o time até o fim, e foi recompensada no finalzinho, novamente com ele, Wegno, que saiu do banco de suplentes para fazer a alegria da galera no Navegantão. “Sem palavras para essa torcida maravilhosa. Amanhã (hoje) deve ser feriado em Tucuruí”, sugere o atacante. Joãzinho ainda fecharia o caixão do adversário.  

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