DIVIRTA-SE COM ESSE JOGO

MEMÓRIA CARLINHOS BENDELAK


Ele é da família de craques comandada pelo velho pai Bendelak. Artista nato na história da nossa cidade, fez dos filhos nobres protagonistas no cenário artístico das artes, que todos brasileiros gostam. Futebol, carnaval e muita música. No futebol seu pai influenciou demais os filhos, onde fazia o campo no seu próprio quintal, e de lá os garotos saiam afinados com a bola nos pés. O nosso craque homenageado tornou-se um lateral moderno hoje seria um ala de grande categoria. Começou no São Cristóvão, jogou no Fluminense, América, mas foi no São Raimundo, que despontou para o cenário tapajônico dentro das quatro linhas. Foi campeão pelo pantera e chegou até a seleção santarena. Escreveu dois títulos Intermunicipais na sua história, um pela seleção santarena em 1977 e o outro em 1978, pelo São Raimundo.
 Foi craque no futebol Society, Futsal, entre outras modalidades. Como funcionário do Banco do Brasil, ganhou vários títulos defendendo a sua entidade. Cantor, compositor, poeta, apresentador e comunicador, em eventos festivos, adjetivos que fizeram e fazem o nosso homenageado, um ser humano ímpar como desportista da nossa cidade. Carlo Augusto Cunha do Rosário, ou simplesmente, Carlinhos Bendelak. Seu pai, o saudoso Bendelak, que era um artista santareno, inventor da alegria, onde estava fazia acontecer, Boi Bumbá, Quadrilhas, Pássaros, clubes de futebol, blocos de carnaval, escolas de samba, entre outros entretenimentos, que alegrava os santrenos, enraizou nos filhos um pouco de cada arte. Nosso craque nasceu nessa geração, no meio das festas e da bola. Ainda garotinho já se qualificava na lateral do time do seu pai Bendelak, o famoso Pau Dárco. Levava a garotada em vários locais para mostrar seus talentos com a bola, na cidade e fora da cidade. Entre as grandes excursões dos moleques nos lugarejos da cidade, está uma marcante na Vila de Arapixuna. Com seus 14 anos de idade, Carlinhos Bendelak estava no time para os jogos inesquecíveis. Eram uns garotos pra frente que aproveitaram a vinda do Olaria do Rio de Janeiro a Santarém para imitá-los em campo, usando as famosas fitas nas cabeças, era moda na época de alguns jogadores cariocas. Marcado um jogo para a Vila de Arapixuna, os garotos desfilavam nas ruas como garndes artistas e quando entraram em campo, ouviram uma senhora torcedora da Vila mandar brasa com o xaveco da rivalidade: “Olha já! Os jugadores do Pardárco, tudo párvulo de passadeira.”
Para aqueles jovens, tudo aquilo não passava de momentos inesquecíveis para todos. Entre um entretenimento e outros não fucionava só o futebol na cabeça do nosso craque que era incentivado a mostrar outras qualidades e foi se apresentar num baile na cidade imitando o grande John Travolta na dança de salão e é claro que saiu com o prêmio de 1º lugar. Com 15 anos foi para a juvenil do Fluminense, onde jogou um ano. Depois foi jogar no time que seu pai jogou e torcia o São Cristóvão dos Gonzagas. Ali fez muitas amizades com tantos boleiros conhecidos como: Alaércio, Pimentel, Nego César, Jorjão, Mouzart, João Neguinho, Cristóvão, Nelson, Sibelk, Manoelzinho, entre outros. Foram grandes jornadas, ficando no time até aos 18 anos, quando foi servir o exército. Nesse período chegou a jogar no time do América e foi Campeão da Taça Cidade de Santarém. Lá no exército foi logo notado o seu talento com a bola nos pés e fez parte do time da seleção do exército, que era comandada pelo saudoso Capitão Palhares.
Logicamente que o oficial desportista, que já era seu fã, logo levou o jovem para jogar no São Raimundo. Uma prova de fogo para o garoto bom de bola, pois na época havia muitos craques no time alvinegro para se ganhar uma posição de titular, não era nada fácil. Na sua chegada ao clube, o treinador já tinha um time base e o jogador que ocupava a sua posição era o grande craque Haroldo Meireles, que chegou até o futebol paulista. Mas Carlinhos Bendelak chamou tanto a atenção, que o treinador teve de deslocar o Haroldo Meireles para a lateral esquerda e efetuar o nosso craque na lateral direita. E a recompensa pela coragem veio logo no ano de 1977, quando Carlinhos se consagrou como campeão da cidade. Para depois ganhar outro prêmio, a convocação para a Seleção santarena, que disputou o Campeonato Intermunicipal em Belém, e novamente Carlinhos se consagra Campeão Intermunicipal de 1977. Imagino se seria possível esse título ter escapado das mãos dos craques santarenos. Observem o elenco: Raul, Cléber, Zequinha, Carlinhos Bendelak, Figueirôa, Bené, Soló, Odair, Juarez, Aleixo, Fernandão, Zizinho, Tomé, Bendelak, Petróleo, Barriga, entre outros. O São Raimundo manteve o time campeão de 1977, e foi pra disputa com o Leão no título de 1978.
 Foi decidido em penalidades e o Pantera perdeu, mas não perdeu o direito de representar Santarém no Intermunicipal do mesmo ano. Como o Campeão São Francisco, desistiu de participar, o Pantera topou e foi representar a nossa cidade. Com um elenco excepcional, o São Raimundo trouxe o título para Santarém. E Carlinhos Bendelak fez brilhar a sua estrela mais uma vez. No jogo anterior a decisão, o lateral titular era o Laurimar. Sem os zagueiros, Figueirôa e Renato, Laurimar teve que assumir uma das zagas ao lado de Basílio, abrindo a chance para que Carlinhos Bendelak entrasse na decisão como lateral. Fez bonito, sendo um dos grandes guerreiros do título inédito para o São Raimundo.
 De volta a Santarém Carlinhos, ainda jogou no ano de 1979, mas em 1980, foi fazer vestibular em Belém e começou a fazer faculdade em Administração. Dois anos depois retornou para a sua cidade para fazer um concurso no Banco do Brasil. Bem sucedido no concurso virou bancário e atleta dentro das modalidades esportivas que existem no AABB. Como um grande atleta conquistou títulos locais e estaduais, no futebol de campo, Society, Futsal, entre outros. Uma das boas recordações no Futsal foi quando fizeram um time sensacional com os companheiros: Dourado, Carlinhos Bendelak, João Milton, Cléper, Ronildo, Ferreira, Vivi, Genezinho, Tamancão, Walter, entre outros. Carlinhos jogou também o Peladão santareno, a sensação na cidade nos anos 80/90 e foi Penta Campeão pelo Decolores. Até que chegou à hora de deixar a sua querida cidade para trabalhar em Monte Alegre.
 Na cidade dos Pinta Cuias, Carlinhos logo apareceu com o seu carisma de bom cidadão e foi conquistando com a simpatia, novos amigos na nova cidade. No futebol continuou dando o seu show nas quadras e nos campos de futebol, jogando pelo AABB, e ainda defendeu os clubes de Máster do São Francisco e Norte, onde arrebatou títulos para os dois para que ele ficasse sempre em paz, entre a grande rivalidade dos tradicionais clubes da cidade. Chegou à vez de mostrar todo o seu talento na parte cultural incentivada pelo pai Bedelak, desde menino. Hoje é um dos grandes talentos nas composições de sambas de enredo em parcerias com Eduardo, Assunção e o saudoso Nego César. Foram cinco composições que marcaram no nosso carnaval. E Monte Alegre deu ao nosso homenageado, o tempo de despertar o dom de cantor, compositor e Poeta. Lançou um CD com 13 músicas inéditas, direcionadas a vários ritmos, mas sem deixar de homenagear a terra que lhe serviu também de inspiração, com Tributo a Monte Alegre.
 Participou de vários festivais. Tornou-se cidadão monte-alegrense e transformou-se em ídolo, fez shows, dançou, virou apresentador, comunicador, incentivador nas tradições regionais como Carnaval, entre outras. Depois de 18 anos na terra dos Pinta Cuias retornou a Santarém, sua cidade querida. Aposentado tem muitos planos para nessa nova vida de arte, músicas, poesias, sambas de enredos e é claro, o futebol Máster. Carlinhos Bendelak, não só foi artista nas artes de se apresentar, mas de consolidar um patrimônio dos mais especiais, que se chama família.
 Aquele que ele aprendeu com o velho pai. Tem na sua bonita estrutura de vida familiar, o apoio de amor e respeito da sua esposa Ângela, mulher de vibra e companheira de todas as horas, viveu imensamente todos os seus sonhos com sucesso, graças o apoio incondicional dessa maravilhosa mulher. Sempre juntos formaram um clã abençoado por Deus, pelas suas buscas incessantes a vida de luz. Hoje, membros do MCC desde 2006 fortalecem um casamento de 28 anos de união na base do amor e seus adjetivos positivos dentro dele, como principais, humildade, respeito e muita perseverança e têm nos seus filhos, Thales (24), Thalita (20) as razões principais desse fortalecimento de amor abençoados por Deus.      
              
Santarém, 03 de Julho de 2011.
Raimundo Gonçalves.

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