Comelli sai e Givanildo é o novo
técnico do Leão
Foi em uma operação rápida que a diretoria do Clube do Remo agiu após a derrota para o Independente, no domingo passado, por 2 a 1, em Tucuruí. O técnico Paulo Comelli foi demitido ontem (16) e em seu lugar ficou de chegar hoje (17), por volta do meio-dia, um técnico com história no Pará, Givanildo Oliveira, junto com o preparador físico Welington Vero e o auxiliar Claudinho. As negociações aconteciam desde o domingo.
A diretoria azulina fez mistério e negou durante o dia a informação sobre a saída de Comelli. Mas, durante a noite, admitiu tudo, conforme explicou o vice-presidente de futebol, Raphael Levy. “Houve uma reunião da diretoria com todo o departamento de futebol, junto com o Comelli. Ficou decidido pela saída dele”, disse.
O diretor de futebol Francisco Rosas complementou. “Sai toda a comissão técnica, o André Chita (assistente técnico), o Manoel Santos (preparador de goleiros) e o Paulo Comelli. Estamos tentando fechar com o Givanildo Oliveira e seus auxiliares agora à noite”, informou. Rosas também falou sobre a possível saída de atletas do plantel, como Finazzi, como chegou a se especular ontem (16). “Essa questão de jogadores quem vai avaliar é o novo técnico”, deixou claro. No final da noite, a contratação de Giva e seus auxiliares foi confirmada oficialmente por Tonhão, da comissão de futebol.
A iniciativa em mudar o comando é uma forma de tentar o tudo ou nada, visto que, com o resultado de domingo, o Leão foi para a semifinal do 2º turno do Paraense em quarto lugar e vai enfrentar o Galo, novamente, nas duas partidas, para decidir quem vai passar à fase final.
Giva,um velho conhecido do futebol paraense
O novo técnico do Remo, Givanildo Oliveira, é um velho conhecido do futebol paraense. O pernambucano tem várias passagens pelo Paysandu e pelo Leão, e seu nome é sempre lembrado pelos torcedores, em especial os da Curuzu, onde conseguiu várias conquistas. Os bicolores agora podem tê-lo como adversário, caso o Remo chegue à decisão do Paraense. Nessa nova empreitada, no Baenão, Giva terá o desafio de pegar o time às vésperas de duas partidas decisivas da semifinal do returno regional e levar os azulinos à disputa da final. A contratação também marca o retorno do técnico ao futebol, visto que o último clube que treinou foi a Ponte Preta (SP), em 2010.
Estilo linha-dura, Givanildo ainda fez mistério no início da tarde. “Não tem nada. Mas estamos sempre abertos a um convite, sempre recebemos propostas. Ainda mais quando estamos sem trabalhar”, observou sobre o convite do Remo. O auxiliar técnico Wellington Vero já se mostrava bem mais otimista, mesmo antes de ser dado como contratado.
“A gente vai para um desafio e vamos tentar dar o melhor para o clube. Não será nem a primeira vez, nem a segunda. É um prazer voltar a essa grande casa que é o Clube do Remo. Em particular o Norte do Brasil, o Pará, que temos muito apreço. Vamos ficar muito felizes”, exaltou, pouco antes de fechar a negociação.
Demissão: diretoria alega desgaste e nega boato
VERSÃO DESCARTADA Empresa do filho de Comelli estaria interferindo na vida do clube, mas diretoria negou tudo
A saída de Paulo Comelli pegou muitos de surpresa, visto que, mesmo com o revés de domingo, o time azulino vinha em boa fase e garantido na semifinal. O agora ex-treinador do clube deixa o comando do Leão em que permaneceu desde o dia 1º de dezembro do ano passado.
No segundo turno foram quatro vitórias, um empate e duas derrotas, o que não justificaria uma mudança tão radical nessa reta decisiva. Todavia, uma fonte ligada ao Clube do Remo fez críticas ao treinador e insinuou que a empresa do filho de Paulo, Bruno Zanon, que agencia jogadores, poderia ser um dos motivos para a demissão de Comelli.
“A preocupação dele não era trazer títulos, mas levar jogadores para a empresa do Bruno. Ele conseguiu que alguns jogadores assinassem com a empresa do filho. Ele chegou a dizer para uma jovem promessa do Remo que ele não jogaria no time enquanto não assinasse com a empresa”, denuncia a fonte. A reportagem do Bola tentou contato por telefone com Paulo Comelli, mas não foi atendida.
O vice-presidente de futebol, Raphael Levy, negou a versão. “Ele saiu pelo desgaste na reta final. Foi em função disso”, afirmou. O diretor de futebol Francisco Rosas também descartou a hipótese. “O filho dele é empresário, mas não temos nenhum tipo de negociação com ele”,
informou.
Elenco azulino se mostra otimista com a mudança
Bastou o Clube do Remo perder o jogo de domingo para o Independente, em Tucuruí, por 2 a 1 e de virada, para que o ambiente do clube ficasse em polvorosa. Os azulinos precisam de qualquer maneira vencer o segundo turno do Campeonato Paraense, se quiserem garantir agenda para o segundo semestre, com a vaga no Campeonato Brasileiro da Série D, sem depender da desistência de outras equipes. Por isso, sobrou para o técnico Paulo Comelli, dispensado ontem (16) do Mais Querido, para a chegada de Givanildo Oliveira. Entre os jogadores, em especial os que tiveram poucas oportunidades na ‘era Comelli’, a postura é de otimismo para ganhar chance e vencer o cronograma final.
Ao menos é isso o que pensa o atacante Wellington Silva, informado pela reportagem do Bola sobre a mudança. “É um momento complicado (o Comelli) sair na hora de jogar a semifinal”, considerou. Mesmo assim, Silva elogiou a escolha do novo treinador. “Mas ele é um bom técnico. Independente de quem venha, a gente tem que se fechar, para que não aconteça o que houve no primeiro turno”, ressaltou, na esperança de voltar a ter oportunidade. “O que me atrapalhou foi o problema com lesão, mas quero voltar a procurar meu espaço”, disse.
Outro que teve pouca chance sob o comando de Comelli e se mostrou animado, foi o meia Fininho. “Espero que com a entrada do novo treinador eu tenha mais oportunidades. Eu sei que se precisarem de mim posso render o esperado. Tive duas oportunidades como titular e fiz gol nas duas. No 2 a 2 contra o Cametá (2ª rodada do 1º turno) e no 1 a 0 contra o Independente, na última fase do primeiro turno. Depois disso não consegui mais oportunidade. Nada está perdido, ainda há tempo”, crê.
MAL-ESTAR NÃO É DE HOJE
Não é de agora que o fato de ter um filho empresário de jogadores causava problemas a Paulo Comelli. Às vésperas do jogo contra a Tuna, o então assistente técnico André Chita teve que desmentir as acusações do jogador luso, Hadson, que afirmou que Rafael Morisco só teria vaga no time remista, porque era agenciado por Bruno Zanon.
Diário do Pará


