Por: Raimundo Gonçalves
Este faz parte de mais uma super homenagem pela passagem do seu aniversário, nesta sexta feira 26/08 e não poderíamos deixar de enaltecer esse grande goleiro que fez história no futebol santareno. Sua excelência a muralha alvinegra, foi assim a sua consagração como um dos melhores goleiros santarenos da sua era, que surpreendia a todos com o seu reflexo e antecipação á bola como poucos goleiros nacionais. Deixou os amazonenses encantados com suas belas defesas, quando o São Raimundo E.C time que defendia, fez uma excursão na cidade amazonense. A diretoria do Nacional do amazonas quis contratá-lo, mas o todo poderoso diretor alvinegro, Everaldo Martins não permitiu a sua saída do São Raimundo.
Nos mais famosos esquadrões do Pantera ele estava presente como titular, colecionando títulos e fazendo a alegria da torcida.
Com a sua notável elegância dentro dos gramados fazia as fãs mais fanáticas suspirarem com seu jeito inconfundível de galã dos campos por onde jogava.
Decepcionado com a atitude de um dos treinadores do Pantera, saiu do clube do seu coração para jogar um ano no América dos Moraes.
Genésio fez a sua história de glórias no clube alvinegro (São Raimundo E.C) da cidade .
Genésio da Costa Pereira nasceu na comunidade de Surubi-miri no interior do município de Alenquer.
Seus pais não agüentando mais as grandes enchentes, decidiram mudar-se para Santarém, no entanto com pena de deixar tudo para trás, seu pai bateu o pé para não sair de seu habitat, mas sua mãe determinada por um futuro melhor para a família, meteu a cara no tempo e o marido teve que concordar com a nova idéia. Partiram deixando tudo para trás numa pequena canoa, imaginem o que essa família passou até chegar a Santarém.
O pavor era grande e Genésio passou por momentos terríveis,pois quase morreu afogado.
Seu pai, Milton Carlos era um bom comandante e conseguiu trazer todos sã e vivos para a cidade e vieram morar no Bairro da Aldeia.
Com a família muito religiosa o garoto logo se tornou acólito, na igreja denominada de Nossa Senhora de Fátima localizada no mesmo bairro e logo começou a participar da Cruzada dos garotos e no ajuntamento das reuniões o jogo de bola pelo time da igreja, que tinha o nome de JOC. (Associação Operária Católica). Era uma maneira de chamar a garotada para a igreja e a prática de futebol foi a melhor forma de atrair os garotos para o caminho espiritual.
Alguns de seus colegas ajudaram para que esse time fosse forte dentro de campo como: Acari, Dicozinho, Pio, Zé Maria, Santos, Francisquinho, Cachimbo entre outros.
Nosso garoto começou a se destacar fazendo defesas difíceis e elasticidade de chamar atenção. Começava a nascer um grande goleiro. Com apenas 15 anos teve o seu primeiro convite para um clube grande. Foi Inacinho e Piraca, grandes estrelas do Pantera que levaram Genésio para fazer uma espécie de teste no São Raimundo.
Meio encabulado Genésio foi se enturmando com os jogadores mais experientes e acabou conquistando o direito de treinar no time, mas devido o seu jeito tímido e por ser muito magro virou até piada para os gozadores do time, que comentavam: “Quem é esse novo goleiro? magro desse jeito, se o Mazinho acertar um chute em cima dele, leva com tudo para dentro do gol.” Dono de uma personalidade impar, Genésio não se intimidava com a brincadeira sobre a sua pessoa.
A disputa pela camisa nº 01, era entre Flexa e Águia Negra, mas nem eles estavam seguro, pois os diretores do pantera mandavam buscar o outro goleiro alenquerense, Chico Bóia para defender o time em partidas importantes.
O tempo foi passando e Genésio com 18 amos sentiu a necessidade de arrumar um emprego e partiu em busca deste, foi quando alguns colegas que conheciam o seu talento como goleiro avisaram para que ele fosse até as Lojas Pernambucanas,pois o gerente era um grande desportista e com certeza arrumaria o emprego para ele que também poderia jogar no time da loja por nome “Marco Olho”. Não deu outra, Genésio começou a trabalhar e ao mesmo tempo defendia as cores do time da Pernambucana.
Pelo lado do São Raimundo, Everaldo Martins entendeu que os seus goleiros já estavam ficando com mais idade e precisava de goleiros mais jovens, os próprios jogadores do Pantera que conheciam Genésio e sabiam que o mesmo estava fazendo sucesso no “Marca Olho” falaram para o médico alvinegro (Everaldo Martins), que logo pediu aos seus diretores, Felipe, Castro, César Ramalheiro e João pinto que fosse até a Loja Pernambucana falar com seu amigo Moacir para liberar o goleiro para o São Raimundo.
Foi uma surpresa muito grande para o gerente da Loja, pois não sabia que o seu goleiro estava sendo pretendido pelo clube o qual ele também era um diretor. E assim tudo ficou em casa, apartir daquele dia o jovem goleiro começou a ter certos privilégios, inclusive de sair as 16 horas do trabalho para poder treinar no São Raimundo.
Já no final do ano de 1962, quando completava 19 anos de idade assumia a camisa titular do clube alvinegro e no ano seguinte se consagrava como Campeão santareno de 1963. Com o time base como: Genésio, Pedro Nazaré, Piraca, Santos, Javali; Miléo e Amiraldo;, Vavá, Mazinho, Inacinho e Goitinho.
Nosso craque se mantinha como titular absoluto até aparecer uma sombra para o seu gol. Começou a surgir o goleiro Surdão, com pinta de goleiro do sul, da família Araújo primo de Vavá, não foi difícil entrar no elenco e começar a treinar. Surdão começou também a se destacar e no campeonato de 1964, chegou a revezar em alguns jogos com o Genésio, mas quando chegava a hora da decisão, Genésio era titular absoluto e assim conquistou o Bi-Campeonato. O plantel foi quase o mesmo, apenas duas substituições, na lateral esquerda. Saiu Javali contundido e entrou Chico Cutite e na ponta esquerda, sem condições de jogo também batido, Goitinho deu a vaga para Paraguaio, jogador que veio de Oriximiná. Everaldo Martins prometeu que se o time fosse bi-campeão em 1964 levaria o elenco para fazer uma excursão em Manaus. Palavra de Rei não voltava a trás e assim tudo foi realizado. Uniformizado a delegação partiu com mais de 20 jogadores além dos diretores e comissão técnica.
Em Manaus foram três grandes encontros. Com o São Raimundo a derrota, por 5x1, com o Rio Negro o empate em 2x2, com o Nacional Campeão amazonense a sensacional vitória por 2x1, desbancando o campeão.
Genésio fechou a sua meta, principalmente no jogo contra o Nacional, onde se tornou objeto de desejo dos amazonenses que ofereceram uma excelente oferta para ele ficar em Manaus, mas Everaldo Martins bateu o pé e disse apenas: Nem pensar! Até hoje os amazonenses não se esqueceram do elenco alvinegro que deu o show nos gramado amazonense. Time considerado titular: Genésio, Pedro Nazaré, Piraca, Jó e Truíra; Miléo e Amiraldo; Vavá, Mazinho, Inacinho e Afonso. Everaldo Martins tinha emprestado os jogadores do São Francisco, Jó e Afonso, Truíra do América para reforçar o time na excursão.
Genésio continuou dando o seu show pelo São Raimundo, porém, só voltou a ser Campeão novamente em 1966, a era Manoel Maria. Os anos de 1967 e 1968 não foram tão bons para o nosso goleiro, teve uma distensão e o trabalho às vezes impedia de treinar, mas recuperado voltou a treinar com muita garra e para a torcida ele era o cara, mas o treinador o deixou no banco por não poder comparecer em todos os treinos. Apesar da torcida chamar seu nome quando o time levava um gol, ele não entrou e o São Raimundo perdeu o título para o Leão.
Magoado com o treinador, Genésio aceitou no ano seguinte o convite do Manoel Moraes para defender o clube americano, no entanto no ano seguinte Everaldo Martins foi buscar Genésio para a toca alvinegra e o nosso goleiro foi a grande sensação no ano de 1970, que numa partida amistosa contra o Clube do Remo foi considerado o melhor jogador em campo.
Nos anos seguintes, Genésio começou a ficar impossibilitado de acompanhar os treinamentos e até alguns jogos do clube pelo trabalho. Mesmo assim quando lhe acionavam para ir a campo, não se fazia de rogado até para dar moral aos novos goleiros que surgiam.
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| Genésio e Pedro |
No título de 1971, lá estava Genésio dando tranqüilidade para o goleiro Walkir, 1972, 1973 e finalmente o título de 1974 que foi o seu ultimo título como jogador, estava lá ao lado de Pedrinho Moreira simbolizando o seu pé quente de ser campeão.
Na Seleção santarena de 1967, Genésio foi a grande muralha e isso lhe rendeu um grande assédio pelos dirigentes do Leão e Papão. Mas ficou só no assédio. Em Santarém depois de fechar a sua meta contra o Esporte Recife foi convidado no estádio para viajar para Pernambuco, mas seus pais não deixaram.
Em 1968 quando defendia o América, houve um quadrangular entre Paysandu, Clube do Remo, São Raimundo e São Francisco. Por motivo de contusão o Paysandu só trouxe o goleiro titular, eles requisitaram Genésio para ser o reserva nas três partidas do clube paraense. Genésio não gostou de ter ficado no banco, mas adorou o bicho que recebeu.
Parabéns Genésio Deus lhe ilumine sempre a sua vida maravilhosa que tens junto com a tua família é o que deseja teu amigo Raimundo Gonçalves, esposa Alvina e teus filhos: Jean Carlos, Ana Kel, Audrin Carlos, Jardel, Kaliana e Carlos Vitor e todos seus genros, noras, netos e netas.






