DIVIRTA-SE COM ESSE JOGO

LABILÁ 150

Nascia em 29 de Dezembro de 1983, um menino predestinado a ser um dos goleiros mais comentado de todo Oeste do Pará e das capitais do Brasil, por onde ele teve oportunidade de jogar.
Questionado pela sua altura e de certo modo pelo seu temperamento, porém, nada que lhe tira o brilho de um profissional vencedor. Estava escrito nas estrelas, pois ainda criança, ele já ensaiava a ser um goleiro. Acompanhava seus irmãos, os pais, Zerino e Mara, nos campos de futebol. No início ninguém dava muita bola para os seus caprichos de ser goleiro, mas a preocupação de deixá-lo sempre feliz era cumprida.
  Nos jogos dos clubes que o pai e filhos jogavam Labilá estava presente e era o melhor equipado, com sua camisinha de goleiro, calção, meião, chuteira e o direito de sair na foto como mascote. Adolescente, jogava sempre nos times que sua família. Até chegar a visão dos cartolas da cidade, nos seus clubes de elite.

Corajoso valente e destemido o jovem ganhou confiança dos presidentes de clubes. afinal tudo fazia para se tornar um grande goleiro e realizar seu sonho. Levado aos times de Subs 17, 20 da cidade era sempre olhado com olhos de desconfiança, devido a sua altura, mas quando o moleque começava a fazer defesas sensacionais, os cartolas já temiam em perdê-lo para outros clubes, tamanha era a sua personalidade embaixo dos três paus.
São Raimundo como vitrine e com grande cumplicidade. Foi para o Pantera Jogar no time de Sub 20, amador e chegou no profissional e pelas circunstâncias do destino, ali se cumpria o que já estava escrito. Quando o São Raimundo se preparava para jogar o Campeonato Paraense de 2002, o garoto Labilá não estava nos planos do clube de profissionais, pois era muito jovem para tal competição. O São Raimundo iria contratar o goleiro Jorgeney, ex-São Francisco de Santarém e o goleiro Serginho em Belém, todos já estavam apalavrados, mas como nenhum ainda estava inscrito, o presidente mandou inscreverem o Labilá, como o 3º goleiro. Moral da história, Jorgeney não acertou por causa do seu trabalho, e o goleiro Serginho já teria assinado com o Vila Rica, em Belém. Labilá, com 18 anos assumia a camisa titular do São Raimundo de Profissionais.
Neste mesmo ano para ilustração histórica, num jogo do Pantera em Castanhal, Labilá foi aplaudido de pés pela torcida da cidade, na vitória alvinegra por 2x1, responsável pela vitória, Labilá não deixou que o ataque adversário empatasse o jogo.
 A torcida do Castanhal reconhecendo o talento do jovem goleiro, não se conteve no final do jogo, de pés aplaudiram o craque alvinegro.
Sua história com o São Raimundo não teve limites, apesar de ter jogado em outros clubes, com grande sucesso, Labilá fez no Pantera a sua pátria amada. É Xodó da torcida e arranca aplausos como nenhum outro jogador. Quando o São Raimundo disputou o título Brasileiro da Série D em Santarém, a Rede Globo mandou a SPORTV, a nossa cidade e que fizesse uma reportagem especial na decisão, pois sairia desse jogo o 1º Campeão Brasileiro da Série D. Do clube do Rio de Janeiro, Macaé, eles já sabiam de tudo, mas do São Raimundo, sabiam apenas de tal goleiro, Labilá que fazia grandes defesas, levando sempre o seu time às vitórias.
Rodrigo Araújo, jornalista responsável pela matéria da decisão, se encantou com a nossa cidade, com a torcida alvinegra e com o goleiro Labilá, que lhe chamou atenção pelo seu desempenho e sua história de vida vitoriosa de um jovem tão novo no futebol. A mesma admiração foi incontida, pelo treinador do Botafogo, na época, Joel Santana. Chegou a comentar em reportagens, pela Copa do Brasil, tentando justificar a derrota para o São Raimundo por 1x0, em Santarém, por causa das grandes defesas de um goleiro chamado Labilá. Em todo o estado do Pará, hoje já é considerado como um novo Dico, ídolo maior como goleiro no futebol paraense dos anos 70,80, que defendia o Clube do Remo.
 Dico, era da mesma altura, mas tinha a segurança que poucos nesta posição assim como Labilá. A grande admiração por este jovem goleiro profissional vem da seriedade na hora da verdade, treina como se fosse um jogo. Se levarem a sério, tem um profissional a altura para qualquer competição brasileira.
Quer ver um atleta com decisões radicais? Jogadores, não leve a sério dentro de campo e para diretores, não cumpram o que prometeram? Não é de exigir, quer apenas o que acha que merece, porque dentro de campo a sua parte é bem feita e merece apoio de todos os alvinegros.


Às vezes há uma pergunta no ar por muitos profissionais da imprensa. Porque o goleiro Labilá permanecesse por tanto tempo como titular absoluto no time do São Raimundo de profissionais. Já que o clube trouxe tantos goleiros de níveis considerados no país, prontos para arrebentar no clube alvinegro. Com currículo invejável por já terem jogado em clubes de grande expressão no Brasil. Com altura considerável acima do nosso goleiro Labilá. É a dedicação aos treinamentos, doação a prática de defender, amar a profissão e dar até o sangue para não perder uma partida. Profissionalismo com dedicação pura de quem quer ser um vencedor.
Trás na cabeça e no peito o sentimento de agradecimento pelo que essa torcida alvinegra faz por ele. O aclamando todos os jogos, de vitórias ou derrotas, estão sempre gritando seu nome. O seu respeito por tudo isso está nas suas defesas magistrais para que sua meta não caia e a torcida receba como agradecimento, o seu enorme empenho em todas as partidas. Labilá comenta: Como não agradecer a torcida alvinegra pelo respeito e amor que me dá a cada momento da minha vida jogando no São Raimundo.
Com todos os adjetivos recebidos desta maravilhosa torcida, nasceu no goleiro Labilá esse eterno amor por todas as facções alvinegras que adentro no Colosso do Tapajós. Ovacionado, durante a cada partida do São Raimundo e quase todos os momentos do jogo, com o grito que já virou tradição. Quando ele aparece para aquecer e quando entra no jogo pra valer. É Labilá, é Labilá, é Labilá... Então surge o seu nobre agradecimento a torcida: Abre os braços como se quisesse abraçar a cada torcedor que gritam seu nome.
Antes de cada partida, lá está ele com seu ritual inconfundível. Ajoelha-se no gramado, abre os braços e invoca naquele momento, Deus e a torcida para Le ajudar vencer mais uma partida da sua vida. Diz que sua oração é cheia de fé,  pois sabe que se merecer a ajuda divina ele fará grandes defesas para o seu clube ganhar e com a torcida a energia positiva que ela manda para ele ficar sempre atento e não permitir que ele esfrie durante o jogo. O ritual é com fé por isso ele é abençoado a cada partida.
Num jogo pelo campeonato paraense, o Pantera perdia por 2x1 para o Vênus, e aos 47 minutos do 2º tempo teve um escanteio, a favor do Pantera. Labiá saiu desesperadamente da sua meta, quase enlouquecendo o seu treinador e a torcida adversária ria menosprezando aquela atitude Como um goleiro com uma estatura mais baixa que os demais, iria fazer o que na grande área adversária? Mas ele foi chegando e no ar cabeceou para dentro do gol na frente de zagueiros mais alto que ele e a bola foi morrer no fundo do barbante, 2x2 era o placar no final do jogo. Ali estava o garoto Labilá, ali pulava de punhos fechados, o novo herói do Pantera Negra.
Não é bajulação, apenas dando a César o que de César e a Labilá o que de Labilá. Se o Rogério Ceni, Marcos, Júlio César, goleiros famosos e de Seleção Brasileira um dia tivessem assistindo um jogo do São Raimundo, com Lábilá no gol. E vissem à eficiência dos seus passes milimétrico, em que ele deixa seus atacantes, cara a cara na frente dos goleiros adversários. Com certeza ficariam com inveja, por que nem eles são capazes de fazer com tanta perfeição. Ah se os atacantes tivessem transformado em gols esses passes recebidos, tudo teria sido mais fácil para uma vitória do Pantera.
  Por aqueles apenas torcem pelo futebol santareno dizem que ele é o São Labilá, sortudo, cabra de sorte, enfim, vários adjetivos são colocados para explicar suas defesas inacreditáveis, mas para os torcedores alvinegros, Labilá é o melhor goleiro do Norte. Já foram vários pênaltis defendidos, defesas a queima roupa, de pés, de cabeça, enfim todas defendidas. Algumas de suas defesas são acompanhados com um: Uhhhhhh... Estremecendo todo o Colosso do Tapajós. Sai de campo com a alma lavada pelo bom desempenho e logo é rodeado pelos profissionais da imprensa querendo ouvi-lo sobre o jogo. Atende a todos e sempre é o ultimo a sair do estádio. Por isso é o mais assediado pela imprensa.
Nas derrotas, nos maus momentos do clube, interno ou externo, diretores, treinadores e jogadores são até ofendidos pelos torcedores, menos o goleiro Labilá. Ídolo absoluto carrega o sentimento do torcedor, por sua vontade de vencer dentro de campo. Porém gostaria muito que seu pai tivesse presente para ver tudo que um dia ele premeditou ao filho.   
 Mesmo ausente fisicamente, ele sabe que ele está sempre ao seu lado espiritualmente nas suas derrotas e vitórias, por todas as conquistas são oferecidas ao pai. Nos seus 149 jogos defendendo as cores do Pantera, no Estádio de Piauí, contra o Comercial, a torcida cantava uma goleada e a imprensa divulgava, que o São Raimundo era o pior time da competição, pois estava em ultimo lugar. Para um comentarista piauiense, Labilá foi o seu comentário trágico. “Esse pequenino, é o goleiro deles. Depois veio o trauma dos 3x0. “Quem disse que esse time era o pior da competição? E eu ainda falei que o goleiro deles era pequenino, mas ninguém consegue fazer gol nele. Quem é esse Labilá? Ele estará fazendo a sua festa, Segunda Feira, quando completará 150 jogos pelo São Raimundo. O nome dele é Ozinaldo de Lima Nogueira, mas agora podem chamá-lo de Labilá 150.



Santarém, 03 de Setembro de 2011.
Raimundo Gonçalves            

TRADUTOR DE BLOG