Na próxima Quarta Feira dia 30, Gilson José Paz do Nascimento comemora mais um ano de vida. Corpo de atleta preparo físico invejável, não fosse a perseguição brutal de seus marcadores, ainda estaria marcando seus belos gols na 1º Divisão. Gilson veio de uma família fanática por futebol, desde o seu pai Virgílio e sua mãe Pastorinha, como era conhecida todos respiravam esporte, principalmente o futebol, Seu Girgílio era fanático torcedor do São Raimundo, cabia a Pastorinha se dividir na hora de torcer pelos filhos e pelos netos, tudo dependia por onde estavam jogando. Com Gilson não podia ser diferente, garoto esperto logo se destacava no meio dos outros com seu domínio de bola e o faro de gol.
Quando jogava na escola ou nos times de garoto tudo era normal para ele, desenvolvia seu futebol legal, o problema foi quando começou a jogar nos clubes considerados grandes, aí vinha as cobranças, afinal ele tinha que ser bom, era irmão do Formiga e do Zuza. No início sentiu a cobranças, mas depois se soltou e ninguém mais perguntava quem era ele, todos sabiam que se tratava de Gilson o artilheiro dos artilheiros. Muito novo foi levado pelo seu irmão Zuza para jogar na juvenil do São Raimundo deu o seu show particular com seus gols e ajudou o clube a ganhar o seu 1º título de Campeão. Foi o passo de ouro, quando acordou já estava no time titular, pois na época o clube fazia uma grande renovação no seu elenco e jovens estavam tendo vez e Gilson crescendo junto com os demais. Até o novo treinador Pantera Guedes chegar ao clube. Queria jogador mais taludo no ataque e barrou o jovem Gilson. Nosso craque sempre teve um temperamento forte e logo se desentendeu com o treinador e não foi mais treinar, a diretoria deu razão ao treinador, o adversário São Francisco, também e levou o garoto para a toca azulina. Lá foi recebido pelo treinador Valdo Abdala, conhecedor do seu talento, só pediu calma para ele, e aguardar a sua chance de entrar no time. Pois já contava com uma formação básica e isso preocupava o nosso artilheiro, como entrar num elenco que tem onze jogadores titulares que nem esses: Alaércio, Zé Lima, Zé Augusto, Belterra e Assunção; Aleixo, Filiba e Zizinho; Zerino, Bigorrilho e Haroldinho. Era para deixar qualquer jogador preocupado logicamente, vocês não acham? Mas, quando teve a chance de entrar fez bonito. Foi contra o São Raimundo do treinador Guedes, entrou no 2º tempo e marcou o 2º gol da vitória de 2x0, lavou a honra por que disse ao sair que eles estavam perdendo com a sua saída e provou logo a seguir. Depois vieram vários jogos amistosos contra grandes equipes de tradição, Fluminense (RJ)1X1, 1X0 No Clube do Remo, o gol teve a sua marca. 1X0 No Paysandu, com outros gol seu. Contra o Fortaleza na vitória de 4x1, deixou a sua marca. Gilson foi uma grata revelação nesses jogos amistosos, e tanto o treinador do Papão, como o do Leão de Belém gostaram do jovem atleta, mas, o desportista tricolor, Eduardo Fonseca, juntamente com a sua diretoria tinha um projeto de fazer um super time para próximo campeonato santareno, e conversou com Gilson para fazer parte desse elenco, que já contava com vários craques oriundos do São Francisco.
Acontece que Zuza, irmão de Gilson negociava em Belém a ida de Gilson para a Juvenil do Paysandu. A chamada de Belém o pegou de surpresa E teve de deixar o Fluminense para tentar a sorte no Paysandu em Belém. Na cidade paraense foi defender o Juniores do Papão juntamente com seu sobrinho Arnaldinho que já estava na capital. Foi Campeão e logo a seguir convocado para a seleção de paraense de juniores. Com o aproveitamento de vários jovens do clube, Gilson ganhou oportunidade de se integrar no elenco de profissionais do Paysandu, ganhou a simpatia do treinador, Sérgio Surubi e do jogador Cabinho, do qual ele era reserva. Um choque violento tomado numa partida nos juniores o incomodava muito, era obrigado a tomar remédios fortes para dores, que era quase insuportável, mas ele não queria perder a chance de aparecer no time titular, ainda jogou algumas partidas amistosos, porém, a dor o incomodava muito, em um momento chegou a trancar a perna e ficou com o joelho engessado por 30 dias, depois seguiu o conselho do seu protetor Cabinho para vir para Santarém e cuidar do seu joelho perto da família. Em Santarém foi retirado o gesso e feito a cirurgia no menísculo, mas não teve paciência em esperar a recuperação pós-operatória. Convidado para acompanhar a delegação do São Raimundo para um jogo amistoso fora da cidade, Gilson não se conteve e pediu para jogar os últimos 20 minutos da partida.
Entrou e fez um gol, logo a seguir tentou dar um drible de efeito, o adversário caiu para um lado e ele para o outro, e assim voltava para fazer outra cirurgia no joelho. Foi a partir deste momento que Gilson passou a viver um drama, que o noticiário anunciava que o futebol estava acabado para o jovem craque, foram momentos de aflição e muito medo de parar prematuramente aquilo que mais gostava de fazer. Gilson deu a volta por cima, quando todos acreditavam que ele estava acabado para o futebol, ele teve mais cuidado e só teve contato com a bola quando se sentiu seguro e tudo começou nas quadras de Futsal, jogo rápido, com jogadas de toques e chutes precisos foi aprimorando a sua volta ao gramado sem medo de jogar.
De volta ao São Raimundo queria mostrar que estava muito bem e fez um marco na sua história dentro dos gramados de chamar muita atenção. Apesar de marcar gols em quase todas ass partidas que atuava desta vez exagerou, o jogo foi contra o Olímpico do goleiro Ray. Gilson marcou 11 gols, naquela partida inesquecível. Brinca Gilson que tinha conhecimento, que o recorde de gols em uma partida era do atacante Barriga, que teria marcado 12 gols, e ele se esforçava muito para bater o recorde do colega, mas depois que marcou o 11º gols a bola não queria entrar, o santo de Barriga era forte demais, contou Gilson. A partir daí Gilson tornou-se um dos artilheiros mais temido do futebol santareno, colecionador de títulos pelo São Raimundo, São Francisco, Fluminense e seleção santarena. No auge da sua carreira foi levado pelo irmão Zuza novamente para defender o Isabelense no campeonato paraense, onde fez um bom contrato, depois do término da competição voltou para o Pantera fez um campeonato e logo a seguir foi contratado pelo Penarol do treinador Walter Lima para jogar o campeonato amazonense. Depois voltava para brilhar no nosso futebol. Lembra Gilson, de certo jogo quando jogava pelo São Francisco contra o Fluminense de Zuza e Virgílio seus irmãos. A mãe Pastorinha ficou dividida como torcedora, e num lance inusitado, do alambrado ela viu Gilson ser atingido com certa violência e não titubeou: “Não bate no meu filho, seu filha da puta...” E ao se aproximar do alambrado visualizou o agressor era o Virgílio, seu outro filho! Meteu as mãos no rosto e soltou: “Puta que pariu!” Parabéns Gilson e Feliz Aniversário.
Santarém, 18 /06 de 2012.
Raimundo Gonçalves.