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PÉROLA DO TAPAJÓS – 351 ANOS FOTO SANTARÉM


Hoje vou fechar os olhos para a tristeza que sinto nesta cidade, esquecer os desmandos que são tantos, dá um tempo para os descasos das autoridades, nas principais necessidades de seu povo. Hoje eu quero comemorar, então vou atrás do que mudou pra melhor ou pelo menos ficou como estava, ou melhor, recordar alguns sonhos que existiram e também namorar esta linda morena que nos seus 351 anos, parece mais uma linda moça dos seus 30 anos. Mais bonita, mais madura, e mais brilhante. Volto um pouco ao tempo e me vejo a caminho do mercado principal, olhando para o lado vejo, e me orgulho, fito o majestoso Teatro Municipal. Pequenas lágrimas rolaram no meu rosto, quando começaram a deixá-lo nu e apelidá-lo de tantos nomes em comum a sua postura de se apreciar a arte. Graças a Deus, deram um banho de esperança e estão vestindo como de fato ele merece, para deslumbrar com brilho os seus recantos inesquecíveis sem ninguém lhe apelidar.
O espaço enamorado é ali que os santarenos desfrutam do aconchego de paz e amor nas voltas dos passeios, idas e vindas com o direito de ir até a margem do lindo Rio Tapajós sem se afogar, mas se afogando na beleza do reflexo vindo do tapete azulado deste rio encantador, é na majestosa Orla, que se vê o belo. E hoje eu diria: “quem viu e quem te vê.
O direito de seguir, sonhar e amar com a eterna namorada por cima do tablado inspirador de versos nos ouvidos delas. Até chegar na ultima tábua segura e forte,  onde será o seu mirante de coisas belas e encantadoras.
Diante do mesmo tapete colorido da Orla, com os pés formes flutuando sobre a ilusão do que não está  no chão, deixa o tempo passar, e o por do sol se aproximar dos seus olhos brilhantes, quando respira com o olhar, a magnífica paisagem amarelada forçando outras cores a se irradiar como o perfeito arco-íris, tentando roubar a cena, mas, a possante estrela de fogo brando, não permite que lhe falte a visão esplendorosa, desta fotografia sem preço, a se doar.
 AS ROUPAS QUE NÃO MUDAM
Passos lentos eu vou andando, rumo ao meu habitat, na minha grande aldeia falada,  cantada, e afamada por poetas e cantores tão reais, como suas composições abençoadas aos nossos ouvidos nobres em escutar tão singelas canções de homenagens. Caminhadas a mais elevo o meu olhar as profundezas daquelas águas, e não vejo mais a minha querida “Coroa de Areia,” tão alvinha, e grandiosa, lembro apenas o falso lugar que ficou na sua direção, sujo, deteriorado, desfigurado pela mão do homem sem singeleza ou natureza,  o que fizeram com a minha Coroa de Areia? 
Dizem aqueles que por ali moravam que muitas caçambas rodavam noite a noite levando carradas de areia da nossa Coroa para fortalecer na ampliação do aeroporto velho, hoje desativado. Mataram a beleza da Coroa para nada, o sacrifício foi sem causa. Serviu apenas para incentivar com a construção do outro aeroporto, também tirar de todos nós, a nossa querida praia de “Maria José.” Serve de consolo, um novo e preciso monumento, que represente as nossas necessidades de consumo de viagens.
Continuando a caminhada me confronto com o maior animal pedrador que já conheci a minha frente, Ali está o caneludo animal, “Cargil” devastando tudo o que viu pela frente, ali onde nós, desfrutáva-mos, os mais diversos tipos de sabores em frutas naturais. Manga, Abiu, Goiaba, Muruci, Araçá, Tucimã, Mucajá, Pitomba, Ingar, Peroba, Jatobá, Jutaí, Axuá e ..., entre outros. E as suas árvores anãs que servia como sombreiros para todos que freqüentavam aquela praia de areia branca e ruidosa ao pisarmos, agora só ficou saudade. “Meu luar Vera Paz, audade que a gente trás...’
Das poucas voltas que fiz com meu pai pescador, quando pescava Pescadas perto do encontro das águas, não tinha o menor sentido do valor daquela visão, tão normal para uma criança de 10  anos de idade, mas, dizia ao meu pai que gostaria de cair no rio entre as duas cores, não sei porque, pensava assim, meu pai não  permitia. E amedrontava do perigo de bichos feios do rio para me pegar, se pulasse na água. Depois de décadas passadas as cores continuam as mesmas e a beleza me parece maior, são roupas santarenas que nunca mudam.
ROUPAS QUE NÃO MUDAM
 Meus irmãos sempre trabalhavam no matadouro e tínhamos o grande privilégio de ser um pouco livre para estar presente no local, desde que ficasse por conta deles, os irmãos e se manter longe dos bois e não se arriscar nas águas do Tapajós. Mas, como deixar de pular do barranco e brincar do mata, como deixar de subir escondido no barco motor e pular quando ele já tivesse lá fora. Acabávamos sempre ajudando um ao outro até ir ao Mercado Municipal ajudar levar as vísceras para o meu irmão vender. E assim lembro-me do nosso orgulho de moleque, em pé e reto aquele monumento bonito que parecia que ia tombar em cima de nós, era o majestoso Castelo. Passo por ali com minhas netas e falo para elas, aqui neste lugar, onde está este prédio ficava o Castelo que mostro a vocês em fotografia, elas não têm história pra contar sobre ele, mas eu tenho!

Não permita senhores que ninguém goste mais do que eu de Santarém,

Parabéns Nossa Cidade Querida
    

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