DIVIRTA-SE COM ESSE JOGO

NATINHO VIAJOU PARA SEMPRE

Não sei por que você se foi, quanta saudade eu sentir, e 
de tristeza vou viver e aquele adeus não pude dar.
Você marcou em minha vida, viveu morreu na minha história, chego a ter medo do futuro e da solidão, que em minha porta bate.
E eu, gostava tanto de você, gostava tanto de você. 
Eu corro e fujo desta sombra, em sonho vejo este passado e na parede do meu quarto, ainda está o seu retrato, não quero ver pra não lembrar pensei até em me mudar, lugar qualquer que não exista o pensamento em você.
E eu, gostava tanto de você, gostava tanto de você...
Escrever sobre a arte desses indiscutíveis atletas, que brilharam e brilham no nosso futebol. Não é dever de quem conhece um pouquinho das suas histórias, nem divulgação para jornal. Faço isso por amor a esses grandes heróis, que logo, logo são esquecidos pelas próprias vozes, que um dia aclamaram seus nomes nos estádios e pelos comandos, que gritaram em ecos de vácuos de montanhas, que esses ídolos são seus, mas o tempo e o desgaste das presenças, como ídolos aos poucos são esquecidos. E é por isso fiéis leitores deste importante jornal, que me dão o prazer imenso de ler essas minhas humildes matérias, que não deixam esses nobres artistas, que já fizeram tantos torcedores rirem, chorarem, se emocionarem, gritarem, aplaudirem, xingarem, tudo em nome do futebol, onde o principal ator é o jogador. Faço com uma paixão incalculável, a precisão da significativa missão deles aqui na terra para todos nós. E quando percebo o dia de seu aniversário e que sua memória já se fez algum tempo, aproveito o dia festivo deles para renovar em homenagem, daquele feito que muito lhe orgulhe, do seu passado já esquecido por muitos. Então, vocês nem imaginam a minha emoção quando recebo um simples: “Muito obrigado por ter se lembrado de mim”. Mas, quando é para eu fazer a homenagem pelo seu falecimento, minha alma chora, sinto-me como um “País Digno” quando perde um de seus heróis. Agora vocês imaginem, quando esse herói é um irmão muito querido, muito amado, como se fosse meu filho, vocês não vão entender a dor, pois nem eu e meus familiares estamos entendendo essa dimensão. Raimundo Nonato
Ferreira da Silva, Natinho, sempre esteve em nossos braços, por isso sentimos o seu peso no afeto, carinho e amor, em todos os seus dias de vida, em família e no futebol.
 Quando ainda garoto estreou no Esporte Clube Santarém, imaginem a nossa figa para que tudo desse certo para ele, dentro e fora de campo. Nossa preocupação não era forçar ele a ser um bom jogador, mas apoiar e torcer para vencer, o que ele esperava dele mesmo, e das cobranças que vinham de fora por ser irmão de ex-jogadores de São Francisco e São Raimundo. De uma família religiosa era impossível ele não ter com seus esforços a ajuda de Deus. E teve. Pouco tempo ainda muito jovem Natinho foi convidado a jogar no Fluminense, me passou a informação como sempre fazia, respeitando os meus conselhos, e disse a ele, que seu Élvio Fonseca tinha um trato verbal amigável comigo e Luiz Gonçalves, que todos jogadores da nossa família, teria que vestir a camisa do Fluminense, clube que abriu as suas portas para o nosso saudoso irmão Elson Gonçalves, ainda muito jovem, portanto ele teria que honrar a camisa do Fluminense Atlético Clube, e honrou como um zagueiro firme e cheio de garra na sua área apesar de ainda inexperiente. Foi com essa responsabilidade e talento que ele apostou em um dia ser campeão na sua cidade pelos grandes clubes. Depois de conversarmos o seu sonho se tornou realidade, quando vestiu a camisa do clube a que era torcedor, São Raimundo Esporte Clube, ali no Panterão. Natinho viveu a sua glória que tanto desejava, foi notável com toda a sua humildade como Campeão. Jogou ao lado de jovens como ele, que subiram da base e até formar uma das melhores dupla de zaga do São Raimundo, com Chico Monte Alegre.
Era o par perfeito, Natinho mantinha o escudo de xerife de sair na frente com garra e determinação para evitar a queda daquela zaga, Chico Monte Alegre, com a sua categoria e muita técnica ficava na espera para administrar o que lhe cabia depois de cada jogada. Sua capacidade de entender que futebol se valia não só do que você tinha de bom jogador, mas de intensa vontade de defender aquilo que lhe era confiado. Por isso não pode dizer não, quando diretores do São Francisco bateram a sua porta, quando precisaram de um zagueiro sério e cheio de garra com técnica suficiente para defender o Leão na Copa do Baixo Amazonas. Assumiu o compromisso e se dedicou como um autêntico profissional em busca da vitória e mais uma conquista na sua vida de atleta. Foi campeão pelo São Francisco, onde teve o prazer de jogar com jogadores de altos níveis como: Zizinho, Djair, Esson Nunes, Dário, Zaqueu, Jorgeney, Gerson Jacaré, entre outros. Todos no Leão Azul santareno sabiam do seu amor pelo Pantera, mas são testemunhas da sua lealdade e fidelidade ao clube que defendia. Quando pendurou as chuteiras por motivos de trabalho e de falta de motivação para se manter em forma e continuar jogando na primeira divisão, preferiu jogar nos campeonatos de subúrbios, onde não tinha que se submeter a horários que atrapalhavam seu trabalho, que às vezes se mantinha aos Domingos e Feriados. Natinho foi funcionário municipal há quase três décadas, onde conseguiu por mérito, ser um funcionário efetivo, na Prefeitura Municipal de Santarém, depois que foi aprovado no Concurso Público. A romaria de automóveis. Motos e irmãos nos dois ônibus acompanhando o seu “Ato Fúnebre” até o Cemitério, Nossa Senhora dos Mártires, onde foi sepultado no Mausoléu dos Gonçalves, sobre discursos emocionantes de amigos e familiares. Foi à prova maior que ele soube muito bem fazer grandes e belas amizades.
Queremos neste momento externar com muita sinceridade a solidariedade que recebemos: Aos médicos, enfermeiras, técnicas em enfermagem, atendentes do Pronto Socorro Municipal, que dentro de suas possibilidades deram o seu profissionalismo para manter nosso irmão vivo. Aos irmãos da sua igreja, que estiveram sempre do nosso lado, os nossos amigos e amigos seus particulares, todos presentes, neste momento de dor nos consolando. A Secretaria Municipal de Trânsito, a qual ele era lotado; obrigado pelo apoio e atenção a nos dado. Seus colegas de trabalho em particular, liderado pelo grande amigo seu, Juarez, vocês estão morando em nossos corações pela demonstração de amor e de fidelidade ao parceiro de jornada, vocês fora marcantes para nossa família. Colegas e amigos jogadores que estiveram juntos em várias partidas estavam também presentes na sua ultima partida, posso dizer em peso. Foram muitos, muito obrigado.
A família. Que ato bonito, todos juntos em só uma caminhada, a solidariedade, onde a dor se espalhava para todos, mas todos juntos se consolavam. Esposa, filhos, filhas, netas, irmãos, cunhadas, cunhados, sobrinhos, sobrinhas, tios, tias.
Todos unidos e fortes, choraram pela perda, mas reconhecendo, que ele já está junto ao Pai maior, na morada que Ele prometeu aos seus filhos, que o amam, e Natinho, foi muito amado pelo Pai, principalmente quando exercia a crença de todos os dias, antes de sair para o trabalho, se utilizar do Livro Sagrado para pedir proteção a ele e aos seus amigos, pelos serviços tão perigoso, que eles exerciam. Era um homem de fé. Obrigado Senhor, por ter consolado membros de nossos familiares que não puderam estar presente, principalmente o seu irmão, Luiz Gonçalves, em tratamento de saúde em Roraima.
Santarém, 11 de Abril de 2013.
Raimundo Gonçalves         



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